BAM Brasil Newsletter #17

Mundo BAM

mai 26, 2025

Olá BAMERS,

Sejam bem-vindos a edição de maio. Nesta edição da nossa newsletter, trazemos três momentos marcantes que revelam como a fé pode se tornar prática viva no mundo dos negócios.

Você vai conhecer os 3 modos como empresas cristãs expressam sua fé no dia a dia — resultado de uma pesquisa profunda do Center for Faith and Innovation (Wheaton College). Também te convidamos a ouvir o episódio mais recente do podcast da BAM Brasil, com Wesley Figueira, que compartilha como os 4 pilares do BAM transformam não só o ambiente espiritual, mas também a própria gestão da empresa, tá imperdível. E para completar, um registro especial sobre o que aconteceu no BAM Global Summit 2025, que reuniu líderes do mundo todo no último dia 8 de maio.

Que essa leitura te inspire a integrar fé, propósito e excelência em tudo o que você faz!

“ Coragem! Ao trabalho, ó povo da terra! ", declara o Senhor. "Porque eu estou com vocês", declara o Senhor dos Exércitos.

Ageu 2:4

Com carinho,

3 Maneiras pelas Quais Empresas Integram a Fé

Por Min-Dong Paul Lee, Hannah J. Stolze e Denise Daniels

Uma empresa com fins lucrativos pode demonstrar fé? Durante anos, a resposta parecia óbvia: empresas existem para gerar lucro, não para praticar religião. No entanto, com o crescimento do movimento business as mission (negócios como missão) e do movimento de fé e trabalho, cada vez mais empreendedores cristãos hoje acreditam que é possível integrar fé com negócios e trabalho. Então, como a fé se manifesta nas empresas?

No Center for Faith and Innovation do Wheaton College, foi realizado um projeto de pesquisa de vários anos para explorar essa questão. Com notável abertura, cinco empreendedores cristãos nos convidaram a analisar suas empresas, pedindo um feedback completo e imparcial. Nossa pesquisa — que incluiu entrevistas, grupos focais, questionários e visitas às empresas — focou em identificar a presença e o impacto da fé dentro das organizações. Líderes e funcionários foram convidados a descrever de que formas observavam ou vivenciavam expressões de fé no ambiente de trabalho.

1. Fé Corporificada

A primeira dimensão exigiu pouco ou nenhum esforço por parte dos entrevistados para ser identificada — essa categoria incluía elementos como a presença de uma cruz ou a prática de orações em grupo. Esses símbolos e práticas são facilmente observáveis, e seu significado é explícito: a maioria das pessoas os interpreta como baseados na fé. Chamamos esse tipo de expressão de “fé corporificada”, pois ela dá forma tangível e visível à fé.

Por exemplo, uma empresa exibia em sua parede uma declaração de missão que incluía “glorificar a Deus”. Outra possuía uma capela de oração e cruzes na sede. A fé corporificada também é expressa por meio de práticas. As orações, especialmente, se destacaram. Um membro da equipe de vendas comentou: “Sempre que temos reuniões — da equipe de vendas ou qualquer outra — começamos com uma oração.” Em outra empresa, orações espontâneas eram rotina: “De vez em quando, paramos, ajoelhamos no chão e oramos juntos. Sabemos que cada um de nós tem problemas em casa... Falamos sobre isso e oramos uns pelos outros.”

Esses símbolos e rituais não são sutis. São o que o antropólogo Clifford Geertz chamou de encarnações concretas de crenças — facilmente reconhecíveis e claramente ligadas à fé. Mas os funcionários alertam: cruzes e orações, por si só, não são suficientes. Como disse um colaborador, a fé “não pode ser hipócrita!” A fé corporificada é apenas a superfície; ela precisa de raízes mais profundas.

2. Fé Operacionalizada

A segunda dimensão é menos visível e seu significado não é tão explicitamente comunicado ou compreendido quanto na fé corporificada. Essa dimensão, que chamamos de “fé operacionalizada”, se manifesta através de políticas e programas formais da empresa baseados em princípios cristãos.

Por exemplo, todas as cinco empresas dedicam uma parte significativa — muitas vezes 10% ou mais — de seus lucros a causas sociais e ao cuidado com os funcionários. Duas delas criaram uma “equipe de cuidado” com orçamento próprio para ajudar colaboradores em momentos de crise, oferecendo doações para consertos residenciais ou empréstimos sem juros para emergências maiores. Essa equipe também apoia o bem-estar pessoal e profissional, com ações como gestão financeira, aconselhamento matrimonial e reembolso de mensalidades. Os funcionários também atuam como voluntários em causas locais e internacionais, com dispensa remunerada para serviço.

Embora esses programas de cuidado possam parecer estratégias típicas de RH, os líderes dessas empresas deixaram claro que essas iniciativas nascem de seus compromissos de fé. Um CEO explicou que faz isso como forma de obedecer ao mandamento bíblico de amar o próximo. Os funcionários também reconhecem essa motivação: “Acho que a fé dele [do CEO] é a base para uma empresa incrivelmente generosa que cuida muito bem dos funcionários, especialmente quando eles precisam ou estão passando por dificuldades.”

3. Fé Internalizada

A terceira dimensão de expressão da fé é ainda mais difícil de detectar e descrever — geralmente, foi a última a ser identificada pelos participantes do estudo. Essa dimensão se refere aos valores derivados da fé que são internalizados pelos membros da organização e se tornam norma. Chamamos isso de “fé internalizada”.

Essa dimensão é tão sutil que é difícil defini-la com precisão, mas inconfundível para quem está dentro. Um colaborador disse poeticamente: “Ela vive na organização como um todo… [a fé] informa e direciona atitudes e formas de lidar com os problemas.”

Um tema recorrente foi o respeito e a valorização da pessoa. “Sinto que sou mais valorizado aqui”, disse um funcionário. Outro acrescentou: “Sou valorizado pelo que trago, e não sou julgado por precisar tirar um tempo porque tenho uma vida fora do trabalho — e isso é encorajado.” Isso não estava ligado ao desempenho: “Em muitos lugares... só se preocupam com o que você pode oferecer para eles... Mas aqui, realmente trabalham com você.” Outro funcionário notou respeito no modo como os líderes tratavam os clientes com justiça, independentemente do tamanho do contrato.

A fé internalizada também se expressa como “misericórdia” — uma disposição para olhar além dos erros. Um gestor compartilhou que, em vez de demitir alguém por atrasos repetidos, primeiro procuram entender o motivo: “Será que ele está vindo a pé? Precisa de carona?” Embora não esteja documentado em políticas formais, a misericórdia opera por meio da adesão coletiva aos valores organizacionais. Os funcionários demonstram esse princípio ao aplicar constantemente esses valores em suas decisões. Com o tempo, esses valores tornam-se instintivos, moldando interações sem que ninguém precise explicá-los.

Dimensões da Fé que se Reforçam Mutuamente

Essas três dimensões da fé — corporificada, operacionalizada e internalizada — não são independentes. Elas se complementam. Fé corporificada, sem fé operacionalizada e internalizada, será percebida como hipócrita. O significado de símbolos corporificados é validado pela integração mais profunda da fé nas políticas, programas e cultura da organização. Assim, o coração da integração da fé nos negócios é a fé internalizada, praticada institucionalmente por meio da fé operacionalizada e visivelmente expressa pela fé corporificada.

Em Jeremias 31:33, a Bíblia ensina sobre a “Nova Aliança”, onde a lei de Deus seria escrita nos corações. Da mesma forma, em 2 Coríntios 3:3, o apóstolo Paulo enfatiza a internalização da lei divina, tornada possível pela obra transformadora do Espírito Santo. Nossa pesquisa revela que empreendedores movidos pela fé buscam conscientemente incorporar a essência dessa Nova Aliança em seus negócios. Essas empresas não exibem um rótulo “cristão”; veem a fé como uma crença fundamental que impulsiona suas ações — não como um crachá a ser exibido. Como disse um executivo:

é “o que buscamos viver e aquilo para o qual fomos chamados por nosso Senhor.”

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BAMCast - Episódio #2

Neste bate-papo autêntico, Wesley Figueira — sócio-fundador da VBR Brasil Consultoria — compartilha como os princípios bíblicos são aplicados no dia a dia da gestão empresarial e revela os resultados concretos dessa vivência. IMPERDÍVEL.