Olá BAMERS,
A Comunidade BAM Brasil tem crescido cada vez mais e os grupos de networking e mentoria estão fluindo com o objetivo de ter um “lugar” para conhecer e caminhar com pessoas que tem os mesmos valores e princípios cristãos e querem crescer no seu chamado aos negócios de forma séria, efetiva e com impacto real e eterno.
“ 9 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
10 Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.” Eclesiastes 4:9-10
Venha caminhar conosco!
Nesta edição abordaremos o tema: Criar e compartilhar riqueza com Mats Tunehag.
Um assunto pouco abordado no nosso meio de forma sóbria. Criar e compartilhar riqueza não é flertar com a teologia da prosperidade e tampouco reduzir o tema a obras sociais.
Boa leitura.
Criando e Compartilhando Riqueza
Abraçando nossa missão de transformação Multidimensional
Será que as condições de vida da maioria das pessoas melhoraram nos últimos 100 anos? Será que a pobreza diminuiu, se manteve na mesma ou aumentou na nossa geração? O que acha? Já fiz esta pergunta a muitos públicos por todo o mundo, e a maioria não dá a resposta certa.
No geral, o mundo é um lugar muito melhor hoje do que alguma vez foi para a maioria das pessoas:
De fato, a minha terra natal, Suécia, era mais pobre há 150 anos do que a África subsariana é hoje.[1]
Negócios e a redução da pobreza
Em 1820, a pobreza atingia 94% da população mundial; em 1990, essa percentagem desceu para 37%, e hoje encontra-se abaixo dos 10%.[2] O maior progresso na luta contra a pobreza na história da humanidade aconteceu na nossa geração. No entanto, isto aconteceu não através de assistência mas de comércio, e não através de iniciativas da ONU mas de negócios, especialmente de pequenas e médias empresas. Os negócios criaram riqueza financeira, mas também riqueza física (saúde, longevidade, medicamentos, etc.), e riqueza cultural (mais livros, teatros, óperas, museus de arte, etc).[3]
“A criação de riqueza através de negócios foi e continua a ser chave neste progresso bem-vindo.”
A criação de riqueza através de negócios foi e continua a ser chave neste progresso bem-vindo. Também reconhecemos os desafios da pobreza que ainda existem, bem como questões ambientais,[4] mas devemos aprender com a História e fazer as perguntas relevantes.
Há melhorias na luta contra a pobreza e a pergunta frequentemente feita é «o que causa a pobreza?. Contudo, não deveríamos perguntar-nos o que causa a riqueza, uma vez que a pobreza nunca será ultrapassada a não ser que seja criada riqueza?
Criação de Riqueza
O objetivo da Consulta Global sobre o Papel da Criação de Riqueza para uma Transformação Multidimencional era abordar esta questão. Éramos cerca de 30 pessoas de 20 nações, sobretudo da área de negócios, mas também das áreas de igreja, missões e academia. No processo de consulta em 2016 e 2017, discutimos vários aspetos da criação de riqueza, incluindo a justiça, a pobreza, fundamentos bíblicos, cultura, criadores de riqueza, mordomia da criação e o papel dos cristãos. As conclusões foram resumidas no Manifesto sobre a Criação de Riqueza[5] e publicadas em sete relatórios;[6] e existe ainda um vídeo educativo.[7]
Esta consulta é baseada em consultas e relatórios globais anteriores,[8] como os relatórios do BAM Global Think Tank[9] e o BAM Manifesto.[10] Deixe-me partilhar alguns pontos principais dos relatórios e manifestos anteriores, por ordem cronológica:
BAM Manifesto 2004
Acreditamos que Deus criou todos os homens e mulheres à sua imagem com capacidade criativa, criando coisas boas para si e para os outros — incluindo negócios. Reconhecemos que existe uma necessidade de criação de emprego e multiplicação de negócios por todo o mundo, com um resultado quádruplo em mente: transformação espiritual, económica, social e ambiental.[11]
Consulta «Business as Integral Calling» 2009
Em 2009, realizámos uma consulta na Wheaton College, nos EUA, sobre negócios como chamada integral. Este é um trecho da Declaração:
Os negócios podem criar valor, oferecer a dignidade do trabalho e transformar comunidades ao melhorar meios de subsistência. … É nossa profunda convicção que negócios que funcionem alinhados com os valores do reino de Deus têm, e devem ter, um papel cada vez mais importante na transformação holística de indivíduos, comunidades e sociedades.[12]
Consulta de Atibaia 2014
A Consulta de Atibaia no Brasil lidou com questões semelhantes:
Reconhecemos que, na economia de mercado global, uma das ferramentas mais eficazes para a eliminação da pobreza é o desenvolvimento econômico, mas os evangélicos com frequência falham na promoção de soluções para a pobreza que envolvam iniciativas empresariais éticas. [13]
Isto mostra-nos que várias consultas globais ao longo dos anos reconheceram a necessidade — e a importância — da criação de riqueza através de negócios.
A Bíblia sobre riqueza
A Bíblia fala sobre riqueza de três formas; uma é má e duas são boas:
“Não existe riqueza a ser partilhada que primeiro não tenha sido criada.”
Além disso, não existe riqueza a ser partilhada que primeiro não tenha sido criada. No entanto, demasiadas vezes a questão de criação de riqueza é incompreendida, negligenciada ou mesmo rejeitada. Isto também se aplica a criadores de riqueza — pessoas de negócios — que frequentemente dizem sentir-se incompreendidas ou negligenciadas pela igreja. Como incentivado no BAM Manifesto (2004), precisamos de reconhecer que a igreja tem um recurso enorme e largamente inexplorado na comunidade de negócios cristã para responder às necessidades do mundo — nos negócios e através deles — e trazer glória a Deus no mercado e não só.[14]
O Manifesto sobre a Criação de Riqueza (2017) reforça esta afirmação:
Os criadores de riqueza devem ser reconhecidos e encorajados pela Igreja, equipados e liberados para servir no mercado entre todos os povos e nações.’[15]
Negócios como missão
O papel dos negócios e o seu potencial como agentes de transformação holística são amplamente reconhecidos por economistas e historiadores, independentemente da fé. Os evangélicos de todo o mundo acolhem e aplicam cada vez mais estes conceitos, muitas vezes sob a rubrica Negócios como Missão (BAM). No entanto, esta não é exclusivamente uma descoberta evangélica, limitada a Lausanne ou à Aliança Evangélica Mundial. Existem organizações católicas significativas semelhantes à BAM nas Filipinas e na Indonésia, por exemplo.[16]
Como diz o Papa Francisco: A atividade empresarial, que é uma nobre vocação orientada para produzir riqueza e melhorar o mundo para todos, pode ser uma maneira muito fecunda de promover a região onde instala os seus empreendimentos, sobretudo se pensa que a criação de postos de trabalho é parte imprescindível do seu serviço ao bem comum.[17]
Deuteronómio mostra que a criação de riqueza é tanto um mandamento como um dom divino: «Lembra-te do SENHOR, teu Deus, porque ele é que te dá a força, para ires criando riqueza» (Deut. 8:18). Conduzir negócios é envolvermo-nos em processos que acrescentam valor, o que nos traz de volta ao mandamento de Deus para trabalharmos e acrescentarmos valor à criação através do nosso trabalho.
Os negócios e a criação de riqueza não são apenas atividades ou ocupações dignas. Elas estão profundamente relacionadas com quem Deus é e quem nós somos: A criação de riqueza está enraizada em Deus, o Criador, que criou um mundo que floresce com abundância e diversidade. Somos criados à imagem de Deus, para criar com Ele e para Ele produtos e serviços para o bem comum.’[18]
Então, o que significa o BAM (e a criação de riqueza) na prática?
Numa das minhas viagens à Indonésia, visitei uma vila que tinha sido transformada pela oração, empresários — e corujas! A história do que encontrei (contada em nota de rodapé)[21] mostra que o BAM é real!
O BAM e a criação de riqueza não são conceitos e práticas novos. A conversa internacional sobre este conceito começou há cerca de 20 anos. Desde essa altura, surgiram inúmeras iniciativas BAM e de criação de riqueza em quatro grupos em todos os continentes: empresas, igrejas, organizações cristãs e academia.[22]
O BAM e a criação de riqueza foram abordados ainda no Fórum Mundial do Trabalho em Manila, em junho de 2019. Em preparação para a sessão plenária e o seminário sobre o BAM, a minha colega da BAM Global, Jo Plummer, escreveu um artigo do qual este é um trecho:
“Quando bem conduzidos, os negócios glorificam Deus e têm um enorme potencial para fazer o bem. Os negócios têm um poder inato dado por Deus para criar postos de trabalho dignos, multiplicar recursos, sustentar famílias e comunidades e fazer avançar a inovação e o desenvolvimento na sociedade humana.”
Permita-me terminar com o apelo do Manifesto sobre a Criação de Riqueza
Chamamos a igreja a abraçar a criação de riqueza como tema central para a nossa missão de transformação holística de povos e sociedades. Pedimos novos e contínuos empenhos para equipar e lançar criadores de riqueza para esse fim. Chamamos os criadores de riqueza a perseverarem, usando diligentemente seus dons dados por Deus para servir a Deus e às pessoas.
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